DEPRESSÃO: O MAL DOS TEMPOS MODERNOS
"Não sei o que é um
homem saudável, sei que as pessoas normais trabalham e amam.” FREUD
Dados
divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2013) apontam que, nos
próximos 20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo,
afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer
e doenças cardíacas.
Pesquisa realizada com 12 mil
brasileiros revela que 10% dos adultos apresentam sintomas de depressão. Porém,
somente 28% receberam diagnósticos e apenas 15% utilizam medicações para
controle da doença. Este termo foi introduzido na medicina no século XVIII,
atualmente verifica-se que mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo têm
depressão.
Segundo a
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP, 2013), mais de 80% das pessoas com
depressão podem melhorar se receber o tratamento correto. A maioria dos
indivíduos, no entanto, busca auxílio médico somente para tratar os primeiros
sintomas da síndrome ou as recaídas.
Trata-se ainda da primeira causa de incapacitação ao longo da vida, a
depressão vem sendo considerada o mal do século.
Depressão é a tristeza quando não acaba mais. É uma doença
que ataca tão ilicitamente, que a maioria dos que sofrem dela nem
percebem que estão doentes. O diagnóstico é feito a partir de mais de 15
dias de sintoma. Sentir-se triste às vezes por causa de um motivo específico é
normal, mas quando essa tristeza aparece do nada e afeta a vontade de fazer
atividades simples do dia a dia, pode ser um sinal de alerta. A tristeza tem
uma causa específica e não afeta a rotina do paciente, ao contrário da depressão,
que persiste e pode prejudicar muito a qualidade de vida, inclusive causar
alterações no sono e peso. A depressão só passa se for bem tratada, seja com
medicamentos, psicoterapia ou outras técnicas. Caso o paciente não faça o
tratamento, ele pode perder anos saudáveis de sua vida porque perde a vontade
de trabalhar, socializar e ter uma rotina normal.
A causa exata permanece desconhecida. Existem explicações
que sugerem um desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo
controle do estado de humor. Eventos desencadeantes são bastante estudados e
encontram fundamentação em certos acontecimentos estressantes ocorridos na vida
das pessoas, tais como perda de um ente querido, uma doença grave, perda de
emprego etc. também é bastante estudada pela medicina a influência genética.
A depressão esta se constituindo, portanto, como a grande
neurose contemporânea. Em nossa sociedade líquida e de espetáculo infinito,
cada vez mais narcisista, o sofrer esta fora de moda, sendo assim o sujeito é culpabilizado
por representar o fracasso ante o palco surpreendente da vida.
“Em última análise
precisamos amar para não adoecer.” FREUD
Programa realizado na
Rádio Cultura de Santos Dumont - 25/04/2013.